A Missão da ONU documentou detenções arbitrárias, desaparecimentos forçados, tortura e outros tratamentos cruéis, incluindo violência sexual. Reprodução/Instagram
Porto Velho, Rondônia - A Missão da ONU na Venezuela apresentou nesta quarta-feira, 20 de março, uma atualização sobre a situação dos direitos humanos no país.
Segundo o relatório, o governo de Nicolás Maduro reativou uma “repressão violenta” contra a oposição e qualquer voz crítica, perpetuando um clima de medo e intimidação que mina os direitos fundamentais.
A Missão da ONU documentou detenções arbitrárias, desaparecimentos forçados, tortura e outros tratamentos cruéis, incluindo violência sexual.
Segundo o relatório, existe um “clima de medo” que mina a liberdade de expressão, associação e reunião e este cenário põe em causa a possibilidade de eleições livres e justas.
O documento fez menção especial à prisão da advogada e defensora dos direitos humanos Rocío San Miguel e outras pessoas, como exemplos de intimidação contra aqueles que criticam o governo.
Além disso, apontou o Ministério Público como ferramenta de perseguição de opositores e críticos.
Maduro repudia declarações da Missão da ONU
A chancelaria venezuelana rejeitou as “acusações” que considera infundadas, expressas pela Missão Internacional de Apuração de Fatos, no seu relatório apresentado esta quarta-feira, 2o de março, perante o Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas, em Genebra.
O Governo de Nicolás Maduro qualificou as alegações como “mentiras” e atribuiu-as a uma campanha política promovida pelos Estados Unidos que procura promover uma “mudança de regime” no país.
O Palácio Miraflores insta o Conselho de Direitos Humanos da ONU a rejeitar os argumentos da Missão e critica o Conselho por não agir contra o que Caracas considera violações dos direitos humanos noutros contextos internacionais, como a situação do povo palestino: “A República Bolivariana da Venezuela não aceita, nem aceitará, qualquer medida que surja desta afronta, apresentada a um Conselho que nada fez para deter o genocídio do povo palestino.”
Maria Corina denuncia mais prisões de assessores
A candidata da oposição, María Corina Machado, pronunciou-se esta quarta-feira, 21, após a detenção do coordenador da organização da Vente Venezuela, Henry Alviarez, e da líder Dignora Hernández.
“Hoje é um dia que ficará para a história como o dia da infâmia, o dia em que o regime mostra toda a sua maldade, o mundo inteiro, as mentiras, a violência para semear o terror, mas eles estão errados, porque o que vão encontrar é a força de um povo unido, a coragem e a dignidade de um país que decidiu mudar e que caminha para a transição para a democracia. O regime, pela força, por meios duros, pode tentar atrasar a transição, mas não conseguirá evitá-lo“, disse Machado da sede da organização em Caracas.
Além disso, em seu discurso, Maria CorinaMachado referiu-se ao papel da comunidade internacional diante do novo cenário político na Venezuela:
“Nunca deixarei de lutar, e os venezuelanos podem ter certeza que nunca os abandonarei. Da comunidade internacional esperamos muito mais do que bons votos”, acrescentou.
Fonte: O Antagonista
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