Atleta nega ter cometido quaisquer irregularidades após denúncia de suposta manipulação durante partidas da Premier League

Porto Velho, Rondônia - A Football Association (FA), órgão máximo do futebol inglês, quer que Lucas Paquetá seja "banido para sempre" se for considerado culpado por suposta manipulação de partidas envolvendo jogos de azar. A informação é do jornal britânico The Sun, que teve acesso a documentos da acusação da FA, que incluem a recomendação de que o meia do West Ham seja vetado do esporte em caso de condenação. O brasileiro foi acusado no mês passado de supostamente receber o cartão amarelo deliberadamente em quatro jogos da Premier League para que colegas lucrassem com apostas.

O jogador sempre se disse inocente e nega ter cometido quaisquer irregularidades. O SunSport aponta que, em casos semelhantes, o zagueiro do Stratford Town Kynan Isaac foi suspenso por dez anos por apostar que receberia um cartão amarelo numa partida da FA Cup, em 2021. Três anos antes, o zagueiro do Lincoln City Bradley Wood foi afastado por seis anos após receber de propósito cartões amarelos em dois jogos da Copa da Inglaterra.

"No entanto, os promotores da FA argumentam que as supostas ofensas de Paquetá, de 26 anos, são ainda mais graves", destaca o tabloide.

Paquetá é acusado de forçar o cartão amarelo nos jogos contra o Leicester, em 2022, e contra Aston Villa, Leeds United e Bournemouth, em 2023. Estima-se que cerca de 60 pessoas tenham apostado que o brasileiro seria advertido pelo juiz em um ou mais desses jogos.

Ainda de acordo com o jornal britânico, uma das apostas de que Lucas Paquetá tomaria cartão amarelo numa das partidas investigadas foi do valor de apenas 7 libras (R$ 46, na cotação atual). A mais alta delas foi de 400 libras (R$ 2,6 mil). Todas teriam sido feitas a partir da Ilha de Paquetá, no Rio de Janeiro, onde o meia nasceu. Como o atleta de fato recebeu o cartão amarelo, os ganhos dos apostadores chegaram a 100 mil libras (quase R$ 670 mil).

O SunSport aponta que a primeira casa de apostas a alertar sobre as suspeitas dos padrões de apostas foi a Betway, principal patrocinadora do West Ham. A empresa teria ficado intrigada com "o número incomum de apostas feitas nele para ser amarelado, rastreadas até a ilha onde ele nasceu".

O jornal britânico diz ter entrado em contato com a equipe de Paquetá, com a FA e com o West Ham, mas não ter recebido resposta até a última atualização da reportagem.

Paquetá pede mais prazo

O meia Lucas Paquetá pediu, através de seus advogados, mais prazo para o envio de sua defesa em relação à denúncia de suposta manipulação movida pela Federação Inglesa, conforme relatou o blog de Diogo Dantas.

O jogador do West Ham tinha até esta segunda-feira, dia 3 de junho, para enviar uma posição com os argumentos a serem avaliados na investigação, mas os advogados solicitaram mais tempo.

Ainda não ficou definido quando o recurso precisará ser apresentado. Enquanto isso, o meia serve à seleção brasileira em amistosos preparatórios para a Copa América. O caso deve demorar.

- Vai ser a primeira e única vez que vou falar. Fui aconselhado pelos meus advogados a não fazer comentários sobre o caso. Continuo fazendo o possível e cooperando com as investigações, vamos fazer o máximo para esclarecer tudo. Sigo preparado para esse momento, para estar aqui, isso é o mais importante, fiz uma temporada especial, estive nas duas ultimas convocações . Estou feliz de estar aqui, vou estar disposto a ajudar a seleção brasileira - afirmou o apoiador do West Ham.

Tanto Paquetá como a FA As devem apresentar seus argumentos a um Comitê Independente, que é o responsável pelo veredito final. A Federação Inglesa e a defesa do jogador ainda têm o direito de recorrerem da decisão deste Comitê Independente.

O julgamento dos recursos será feito por outra comissão, o Comitê de Apelações na Inglaterra. As partes ainda poderão recorrer, em última instância, à Corte Arbitral do Esporte na Suíça. Uma sentença definitiva pode levar mais de um ano para ser anunciada. Até lá, Paquetá segue em ação, mas se for punido pode levar pena pesada, e até ser banido do futebol.


Fonte: O GLOBO