Cantora não declarou publicamente apoio a nenhum candidato das eleições presidenciais de novembro, mas em 2020 ela criticou o republicano

O ex-presidente Donald Trump publicou imagens falsas da cantora Taylor Swift e de seus fãs endossando a chapa republicana nas eleições presidenciais dos EUA — Foto: AFP

Porto Velho, Rondônia - Em um aparente esforço para aproveitar a influência da cantora Taylor Swift nas eleições dos Estados Unidos, o ex-presidente Donald Trump compartilhou imagens manipuladas da artista e de seus fãs nas redes sociais neste domingo. Taylor não declarou publicamente apoio a nenhum candidato das eleições presidenciais de novembro, mas o republicano deu a entender que ela endossa sua campanha.

Em seu perfil, Trump escreveu "Eu aceito!" e incluiu um carrossel de imagens da estrela pop e de seus fãs, conhecidos como Swifties, segurando cartazes com pedidos de votos para o republicano. Uma das fotos manipuladas retrata Taylor como o Tio Sam com o texto: "Taylor quer que você vote em Donald Trump". Alguns dos registros parecem ter sido gerados por inteligência artificial (IA), de acordo com o especialista Hany Farid, da Universidade da Califórnia em Berkeley.

À CNN, a editora do site Wisconsin Right Now disse que tirou duas das fotos postadas por Trump no comício do ex-presidente em junho. Jessica McBride afirmou que a mulher nesses dois registros – os únicos que não foram gerados por IA – se chama Jenna Piwowarczyk. Ao Wisconsin News Now, Jenna disse conhecer "muitas Swifties que têm valores conservadores" e que "muitas entraram em contato para expressar seu apoio ao movimento 'Swifties for Trump' (Swifties a favor de Trump)".

— Ao focar mais nas fotos de IA do que na pessoa real das fotos que Trump compartilhou, acho que a mídia está perdendo a oportunidade de reconhecer que, de todos os milhões de fãs de Taylor Swift, é claro que haverá muitos que apoiam Trump e os valores conservadores e também amam sua música. Nós existimos — disse Jenna.

Taylor Swift não reagiu publicamente aos comentários de Trump. A crescente popularidade da cantora e sua influência fazem com que tanto democratas quanto republicanos busquem seu apoio, mas até agora ela tem se mostrado relutante em expressá-lo. Nas eleições de 2020, ela apoiou a candidatura do presidente Joe Biden e criticou Trump.

— A mudança que mais precisamos é eleger um presidente que reconheça que as pessoas de cor merecem se sentir seguras e representadas, que as mulheres merecem o direito de escolher o que acontece com seus corpos, e que a comunidade LGBTQIA+ merece ser reconhecida e incluída — disse Taylor Swift à revista V em outubro de 2020.

Em 2023, ela incentivou seus fãs a se registrarem para votar, direcionando-os para a organização sem fins lucrativos e apartidária Vote.org. O impacto foi imediato: a instituição disse ter registrado mais de 35 mil novas inscrições após a mensagem, um aumento de 23% em relação ao ano anterior – e o maior desde 2020. Por esse motivo, a cantora se tornou um alvo para a desinformação política e teorias conspiratórias da direita nas redes sociais.

Sua relutância em anunciar seu voto levou muitos a especularem que ela mantinha em segredo que era republicana. Mas em 2018, Taylor apoiou a oponente democrata da senadora republicana radical Marsha Blackburn. Em seu documentário de 2020, "Miss Americana", ela expressou arrependimento por não ter se manifestado sobre causas políticas antes – e chegou a declarar que precisa estar "do lado certo da história".

Neste ciclo eleitoral, os Swifties se politizaram. Logo após Biden anunciar a retirada de sua candidatura à reeleição e apoiar a vice-presidente Kamala Harris, um grande grupo de fãs da cantora formou uma comunidade chamada "Swifies for Kamala" (Swifties a favor de Kamala), que não é afiliada à artista. O grupo, que mobilizou fãs de Taylor Swift para ajudar a eleger Kamala e outros candidatos democratas da chapa, atualmente tem mais de 60 mil seguidores no X.

— Acreditamos que a chapa Harris-Walz lutará por nossos direitos e pelos direitos de nossos entes queridos, e ajudará a tornar este país mais seguro para todos — disse à CNN Carly Long, diretora de comunicações do Swifties for Kamala, acrescentando que o grupo arrecadou mais de US$10 mil (R$ 54 mil) para a campanha democrata. — Nosso movimento também começou e ganhou impulso significativo porque, como Taylor Swift disse em 2020, Donald Trump é ‘um racista homofóbico’.

(Com AFP)


Fonte: O GLOBO