Também foram expedidos outros 18 mandados de prisão e 24 mandados de busca e apreensão no Recife, Campina Grande (PB), Barueri (SP), Cascavel (PR), Curitiba e Goiânia (GO)

Darwin Filho, dono da Esportes da Sorte — Foto: Reprodução/ TV Globo

Porto Velho, Rondônia - Um dos alvos da operação que resultou na prisão da advogada Deolane Bezerra, o CEO da Esportes da Sorte, Darwin Henrique da Silva Filho, defendeu a regulamentação das bets e afirmou que somente empresas ilibadas conseguiriam permanecer no mercado. A casa de apostas que ele é proprietário está no centro de uma investigação da Polícia Civil de Pernambuco contra suspeitos de integrarem uma organização criminosa voltada à prática de lavagem de dinheiro e jogos ilegais.

— O mercado regulado vai fazer com que restem apenas as empresas de reputação ilibada e que adotam as melhores práticas, como compliance, prevenção a fraudes e a promoção do jogo responsável — disse o CEO do Grupo Esportes da Sorte, ao GLOBO, em agosto deste ano.

Na época, as empresas estavam nos últimos dias para para entrar com o pedido de outorga na Secretaria de Prêmios e Apostas (SPA), vinculada ao Ministério da Fazenda, se quiserem operar já em janeiro de 2025. A regulamentação estabelece novas regras de recolhimento de impostos. Em janeiro, as empresas passam a pagar 12% sobre o chamado GGR (Gross Gaming Revenue, o valor apostado por usuários, menos os prêmios pagos), enquanto os jogadores devem pagar 15% de Imposto de Renda no caso de prêmios maiores que R$ 2,2 mil.

Darwin pediu autorização contemplando tanto a operação do Esportes da Sorte quanto da Onabet, outra plataforma de apostas on-line do grupo. Cada empresa pode pedir o registro de até três marcas.

Interesse no futebol

Em maio deste ano, Darwin explicou o porquê dos clubes de futebol estarem sendo um "alvo" das casas de aposta. Ele afirmou que, mesmo antes de fechar parceria, as duas partes já possuem uma forte ligação.

— A possibilidade de estreitar os laços com clubes de futebol e sua legião de apaixonados é uma grande oportunidade para qualquer empresa, particularmente para as casas de apostas esportivas cuja sinergia de oferta de serviços estará diretamente entrelaçada com o futebol — disse Darwin ao GLOBO.

Para Darwin, a tendência é que as parcerias entre as duas partes não se limite apenas ao espaço nos uniformes das equipes. O CEO afirma que "uma estratégia de marketing eficiente não pode depender de um canal único de anúncio".

Patrocinador dos times masculino do Corinthians e feminino do Palmeiras, o site de apostas de Darwin é investigado por lavagem de dinheiro e práticas ilegais. Em ação policial deflagrada pela Polícia Civil de Pernambuco nesta quarta-feira, foram expedidos 18 mandados de prisão e 24 mandados de busca e apreensão no Recife, Campina Grande (PB), Barueri (SP), Cascavel (PR), Curitiba e Goiânia.

Ligação entre Deolane e a Esportes da Sorte

A associação entre a prisão da influenciadora e o site de apostas foi confirmada por Dayanne Bezerra, irmã de Deolane nesta manhã:

— Eu venho aqui falar para vocês que o que nós sabemos e os advogados é que é um processo ligado a empresa Esportes da Sorte. Mas sabemos que essa é uma empresa que atua com diversos influenciadores, em diversas emissoras de televisão e, até onde eu sei, uma empresa idônea — disse ela.

Ao GLOBO, a empresa afirmou que tem compromisso com "o jogo responsável" e que cumpre seus deveres legais. E acrescentou que ainda não teve acesso aos autos da investigação.

"Atuamos sempre com muita transparência e lamentamos o fato de, no momento, estarmos às escuras, sem acesso aos autos do inquérito e aos motivos da ação policial. Seguimos à disposição para todo tipo de esclarecimento que seja necessário para elucidar qualquer controvérsia", afirmou a empresa, em comunicado.

"O Esportes da Sorte ratifica seu compromisso com a verdade, com o jogo responsável e, principalmente, com o cumprimento de todos os seus deveres legais. A nossa casa está de portas abertas para apresentar documentos, esclarecer dúvidas e prestar apoio irrestrito a qualquer ação investigatória", diz outro trecho da nota.


Fonte: O GLOBO