Proposta que acaba com o regime de seis dias de trabalho por um de folga não foi protocolada ainda pela parlamentar. // Foto: Mário Agra/Câmara dos Deputados

Porto Velho, Rondônia - Apesar de ter feito uma intensa campanha nas redes sociais após o segundo turno das eleições municipais, a deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP) ainda não protocolou a PEC que acaba com o regime de trabalho 6×1.

A PEC já tem mais de 230 assinaturas e a parlamentar chegou, inclusive, a fazer uma entrevista coletiva para anunciar que conseguiu o número mínimo de apoios. No entanto, no próprio evento, ela deixou transparecer que não iria ter pressa para protocolar a proposta.

A parlamentar conseguiu reunir as assinaturas em 13 de novembro. Dois dias depois, a esquerda tentou realizar uma série de manifestações pelo país para pressionar pelo fim do chamado 6×1, mas os protestos não tiveram adesão popular.

Na coletiva de imprensa em que anunciou a obtenção do número mínimo de assinaturas, a deputada afirmou que iria levar a proposta para o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), para tentar obter o apoio do parlamentar e agilizar a tramitação do texto. A conversa entre os dois, no entanto, não aconteceu.

“Estamos felizes, estamos contentes com os resultados que estamos obtendo, estamos contentes com a mobilização que aconteceu e temos certeza de que este será o tema mais importante a ser discutido nesse momento”, comemorou a deputada na época.

Oposição alertou sobre o uso político da PEC do fim do 6×1

Durante a fase de obtenção e coleta de assinaturas, parlamentares como Kim Kataguiri (União-SP) já alertavam que o texto sequer iria ser protocolado e que esse movimento tinha o intuito, apenas, de ressuscitar algum protagonismo dos parlamentares de esquerda. Kataguiri alertou que esse assunto poderia ser resolvido por meio de projeto de lei.

Em novembro deste ano, após a mobilização pela PEC, Hilton apenas foi signatária de uma outra emenda constitucional, ao lado de outros parlamentares da esquerda, para destinar parte dos recursos oriundos das emendas individuais a programas e ações relacionados ao Esporte. A proposta é do deputado Douglas Viegas (União-SP).

Fonte: O Antagonista